quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Professores X educadores


 
 
 

A educação é um tema de grande reflexão para a sociedade. É nela que depositamos a nossa confiança para que nossos filhos tenham um futuro melhor. Os pais que têm uma melhor condição de vida procuram colocar seus filhos numa escola de maior qualidade. Nesse contexto, temos a figura do professor que é um dos principais referenciais na escola. A pedagogia atual entende que essa figura transcendeu e não é mais considerado professor e sim educador.
 
"Houve um tempo em que professores eram chamados de mestres, o que os deferenciam, as atitudes em prol de não apenas educar, mas formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres." (Luis Alves)
 
Existem diferenças gritantes entre a figura do professor e do educador. O professor tem a função de transmitir o seu conhecimento, enquanto o educador é comprometido com a formação integral do ser humano e com a sua interação com a família e a sociedade.O professor sai de casa para mais um dia de aula, enquanto o educador busca formas para promover a transformação do seu aluno. O professor vê no erro do aluno apenas um erro enquanto o educador o vê como fase de transição no processo de aprendizagem.O professor impõe seus ideais como centro do conhecimento, enquanto o educador é um mediador da relação ensino-aprendizagem.



Nossas escolas oscilam entre dois campos gravitacionais (e os professores devem, ou é aconselhável, seguir essa orientação): o conteúdo e o documento. Umas vivem em função do conteúdo; é necessário "dar a matéria", "cumprir o programa", mesmo que os alunos não os acompanhem.....nestas os índices de reprovação são elevados, o que se constitui num título de glória e qualificação do estabelecimento.......Outras, talvez a maioria, vivem em função do documento.
È preciso ter documentos para arquivar ou apresentar á inspeção. A realidade e o valor do que consta no documento é de segunda importância. Cumprido os dias letivos, o número de disciplinas de cada série, provas realizadas, certidões anotadas, pagamentos em dia...tudo foi perfeito. Para o aluno essa escola dá uma lição imediata - a questão é estar documentado e, para ele, documento é "nota de aprovação". Tudo então se resume na campanha para obtenção da nota de aprovação, isso com aplausos docente, familiar e social....Algumas escolas "inovam inteligentemente" (sic) chamando a nota de "conceito". Há até as que inventaram um processo de tirar média de conceitos!
E o pior que para se chegar a essas "brilhantes" conclusões, vem aí "reuniões pedagógicas" eivadas de "nobres", "brilhantes" e "maravilhosas" opiniões e conclusões....pérolas da intelectualidade pedagógica.


Mas vamos procurar os educadores. Onde poderiam estar? Encontramos professores, muitos.....
mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação.
E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança... ...que terá acontecido com
ele, o educador... resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra e lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a desempenhar?

 
  
Por fim, na transcendência da figura do professor para a figura do educador são necessários ingredientes como: humildade, discernimento, relacionamento, atitude e compromisso. Dessa forma, os educadores terão a formação necessária para o exercício não apenas de uma profissão, mas a realização de um ideal de vida.

...pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucaliptos, não é tudo árvore , madeira? No final, não dá tudo no mesmo?



Os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "estória" a ser contada. Habitam um mundo em o que vale é a relação que os ligam aos alunos, sendo que cada aluno é uma "entidade" ui generis", portador de um nome, também de uma "estória", sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo para acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois...(Rubem Alves)

Olham para o aluno não como ele é e sim no que irá se tornar no futuro.
Para mim a Educação não uma profissão e sim um sacerdócio
"As crianças não devem aprender pela força e severidade, cabe ao educador encaminhá-los para que se divirtam com suas mentes, para que o mestre seja capaz de descobrir com precisão a tendência peculiar do gênio que existe dentro de cada um." ( Platão)